Lipedema

O que é o lipedema?

O lipedema é uma doença crônica e progressiva que afeta predominantemente mulheres, caracterizando-se pelo acúmulo desproporcional de gordura subcutânea nos membros inferiores e, em alguns casos, superiores. Essa condição, muitas vezes confundida com obesidade ou linfedema, requer um manejo específico para melhorar a qualidade de vida das pacientes. Estudos indicam que até 12% a 19% das mulheres podem apresentar lipedema, mas muitas permanecem sem diagnóstico​. Erros diagnósticos são comuns, devido à semelhança com obesidade e linfedema.

O lipedema é causado por uma deposição anormal de gordura subcutânea, geralmente acompanhada de edema e dor. Ele se manifesta de forma bilateral e simétrica nos quadris, coxas, pernas e, ocasionalmente, nos braços, poupando mãos e pés. A formação do lipedema está associada a fatores hormonais, genéticos e inflamatórios, como:

  • Desequilíbrios hormonais: Alterações nos níveis de estrogênio e progesterona.
  • Inflamação crônica: Presença de adipócitos hipertrofiados e células inflamatórias no tecido adiposo​​.

Diagnóstico do Lipedema

O diagnóstico é clínico, baseado em sinais característicos, como:

  1. Acúmulo simétrico de gordura nas extremidades.
  2. Presença de dor ao toque e hematomas frequentes.
  3. Poupança de mãos e pés.
  4. Dificuldade de perder gordura nas áreas afetadas, mesmo com dietas ou exercícios​​.

Esses sinais ajudam a diferenciar o lipedema da obesidade e do linfedema.

Tratamentos incluem:

  • Conservadores: drenagem linfática, terapia compressiva, dieta, e fisioterapia.
  • Cirúrgicos: lipoaspiração, com melhora da mobilidade e redução de dor.

Pesquisas recentes exploram estratégias terapêuticas para o manejo do lipedema, incluindo intervenções nutricionais, terapias complementares e abordagens multidisciplinares. Aqui estão os destaques:

  • Controle de peso;
  • Fisioterapia;
  • Drenagem linfática,
  • E, em alguns casos, intervenções cirúrgicas.

Intervenções Nutricionais

  1. Dietas de Baixo Carboidrato (Low-Carb Diet):
    • Apresentaram melhores resultados em relação às dietas low-fat na perda de peso (10,3% vs. 7,3%).
    • Aproximadamente 75g por dia de carboidratos, representando entre 10% e 25% da ingestão calórica diária​.
    • Presume-se que o restante da energia seja derivado predominantemente de gorduras e proteínas, características das dietas low-carb.
    • Reduzem níveis de ghrelina (hormônio da fome) e aumentam a saciedade, melhorando a adesão ao tratamento.

  1. Dietas Hipocalóricas (Low-Energy):
    • Ajudam na redução de peso e controle de sintomas, mas com menor impacto no apetite​​.
    • Aproximadamente 180g por dia, indicando uma dieta com maior carga de carboidratos em comparação às low-carb​.

  1. Educação Nutricional e Personalização:
    • Planos personalizados e educação do paciente são fundamentais para a adesão e eficácia das intervenções​​.

Terapias Complementares

  • Drenagem Linfática Manual (DLM):
    • Redução imediata de edema e dor.
    • Benefícios estéticos relatados em estudos de caso​.

  • Fitoterápicos:
    • Uso tópico de extratos como Centella asiática, Fucus vesiculosus e Castanha-da-Índia para reduzir edema e melhorar a circulação​.

Uso de Medicamentos e Manipulados

Embora não existam medicamentos específicos para lipedema, alguns estudos mencionam:

  1. Fitoterápicos tópicos:
    • Cremes contendo Centella asiática, Rusco e Hera demonstraram eficácia na redução do edema e melhora estética​.

  1. Medicamentos:
    • Anti-inflamatórios e tratamentos hormonais podem ser usados para controlar sintomas associados​.

As dietas de baixo carboidrato (LCD) e baixo teor de gordura (low-fat) foram associada a uma maior perda de peso (10,3%) comparada à low-fat (7,3%).

O manejo do lipedema requer uma abordagem abrangente que combine dieta, terapias físicas e, em casos avançados, intervenções cirúrgicas. As dietas low-carb se destacam como estratégia eficaz para perda de peso e controle de sintomas. Contudo, ainda há muito a ser estudado para oferecer soluções mais precisas e personalizadas para as pacientes.

Apesar dos avanços, os estudos revelaram áreas que necessitam de mais pesquisas:

  1. Estudos de longo prazo: Para avaliar a sustentabilidade das intervenções nutricionais.
  2. Impacto genético e metabólico: Para personalizar tratamentos com base nas características individuais​.
  3. Protocolos padronizados: Para o uso de terapias complementares e medicamentos manipulados.

Compartilhe e comente: Você conhece alguém que lida com lipedema? Este artigo pode ajudar a entender melhor a condição e as possibilidades de tratamento. Vamos juntos promover mais conhecimento sobre esse tema


Referências

  1. Lundanes J, Storliløkken GE, Solem MS, et al. Gastrointestinal hormones and subjective ratings of appetite after low-carbohydrate vs low-fat low-energy diets in females with lipedema – a randomized controlled trial. Clinical Nutrition ESPEN. 2024. DOI: 10.1016/j.clnesp.2024.11.018​.
  2. Silva CM, Ritzmann IC, Beneli BF, et al. Lipedema: Definição, sintomas, diagnóstico e tratamento. União das Faculdades dos Grandes Lagos – UNILAGO. 2022​.
  3. Rocha LP. O uso de fitoterápicos tópicos associados à drenagem linfática manual e ILIB como terapias coadjuvantes no tratamento do lipedema – Estudo de Caso. Revista Científica de Estética e Cosmetologia. 2024; DOI: 10.52051/rcec.v4i1.140​.
  4. Silva EN. Diagnóstico e Tratamento do Lipedema e Impactos na Qualidade de Vida. Pontifícia Universidade Católica de Goiás. 2023​.
  5. Mariano KS, Pereira RS, Teixeira CMP, Machado SA. Prevalência de Lipedema em Mulheres. Revista Faculdades do Saber. 2024​.
  6. Suplemental Material. Lipedema Research – Gene Expression and Response to Weight Loss in Women with Lipedema and Obesity. 2024​.

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Alex Almeida

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